Presidente da Câmara de João Pessoa, Dinho tinha acordo com lideranças de facção, diz PF

  • 19/10/2024
(Foto: Reprodução)
Dinho nega as acusações colocadas pela Polícia Federal. Justiça afastou o vereador do mandato e determinou que ele use tornozeleira eletrônica. Dinho Dowsley em vídeo divulgado nesta sexta-feira (18) Reprodução/Divulgação O presidente da Câmara Municipal de João Pessoa, Dinho Dowsley (PSD) , mantinha acordo com pessoas ligadas a uma facção criminosa para influenciar no resultado das eleições. É o que aponta a investigação da Polícia Federal que resultou no afastamento do vereador do cargo, nesta sexta-feira (18). Dinho foi o principal alvo da operação Livre Arbítrio. Os crimes investigados pela operação são: constituição de organização criminosa, uso de violência para coagir o voto, ameaça, lavagem de dinheiro e peculato. O g1 teve acesso ao documento da investigação da PF que embasou a operação de sexta. Dinho negas as acusções e diz que está sendo vítima de "ilações maliciosas". As principais acusações contra Dinho dizem respeito à relação dele com Josevaldo Gomes da Silva e Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos. Os dois também foram alvos da ação da PF, e já tinham sido investigados na operação Território Livre. Pollyana inclusive foi indiciada nesse caso. Josevaldo, conselheiro tutelar que foi afastado do cargo, é pai de uma liderança do tráfico, e Pollyana é tratada pela PF como líder da facção “em nome de seu marido Kenny Rogeus, que está custodiado”. Kenny, mais conhecido como Poeta, também já tinha sido citado na Território Livre e foi alvo mais uma vez na Livre Arbítrio. De acordo com a PF, no celular de Josevaldo, apreendido na Território Livre, foram identificados diversos indícios da aproximação entre ele e o vereador. Josevaldo estava, por exemplo, em um grupo de aplicativo de mensagens da coordenação de campanha de Dinho. E materiais encontrados reiteram o apoio de Josevaldo ao vereador.. A PF destacou que a eleição de Josevaldo também teve a participação da facção criminosa. E também aponta que Dinho o apoiou na disputa. “É uma relação mútua, ou seja, se Dinho teve o apoio de Josevaldo à sua candidatura, Josevaldo também teve o apoio direto de Dinho à sua candidatura a Conselheiro Tutelar”, disse a PF. Já Pollyana, segundo a PF, atuaria coagindo eleitores, principalmente no Bairro São José, e também é suspeita de compra de votos a favor do vereador. Entre os pontos destacados pela PF, está um diálogo entre ela e um traficante preso, encontrado no celular dela. O homem pergunta qual candidato o grupo está apoiando, pois pessoas da comunidade o teriam perguntando, e cita um nome de um vereador. Pollyana corrige o homem e diz que vai mandar a foto do candidato, e encaminha a foto de Dinho. “O traficante encontra-se preso, ou seja, não vai votar. Em verdade, vai coagir os moradores da região controlada a votar no candidato apoiado pelo crime: Dinho”, disse a PF em um trecho do documento da investigação. O documento da investigação destacou também que o apoio de Pollyana “é motivo de origulho” para Dinho. A investigação pontua que o vereador chegou a encaminhar à primeira-dama Lauremília Lucena foto de comparecimento no aniversário de Pollyanna no bairro São José. “Todos os elementos apontam que não se tratam somente à candidatura de vereador, como também à candidatura de prefeito”, afirmou a PF. “O esquema criminoso consiste em um ciclo de influência mútua: durante as eleições, a facção garante o apoio eleitoral ao seu candidato preferido, que, após eleito, assegura a nomeação de pessoas ligadas à facção em cargos públicos”, afirmou a PF. “Entre os elementos colhidos, destaca-se a cooptação de funcionários públicos e cargos comissionados na Prefeitura de João Pessoa, com indicações fraudulentas e promessas de gratificações indevidas, além de ameaças a eleitores e opositores políticos”, completou a polícia. Dinho presidente da Cãmara de Jioão Pessoa Reprodução/TV Globo Pedido de prisão negado pela Justiça Na decisão que determinou o cumprimento de uma série de medida cautelares, a juíza Mária de Fátima Lúcia Ramalho, da 64ª Zona Eleitoiral, negou o pedido de prisão de Dinho. Por outro lado, ela destacou que o afastamento dele era necessário por conta do risco de interferência no segundo turno das eleições municipais. “Ficou provado que o acordo do vereador Dinho com a facção criminosa só foi possível porque o mesmo já era vereador, e mais, presidente do Poder Legislativo Municipal, aliado do Prefeito e candidato à reeleição, ou seja, podia dispor da administração pública para pagar sua parte do acordo. A continuidade no cargo público possibilita que o vereador, agora reeleito, exija da facção criminosa o cumprimento de sua parte no acordo quanto ao segundo turno das eleições”, disse a magistrada. A versão de Dinho O vereador Dinho Dowsley (PSD) afirmou em um vídeo divulgado na sexta-feira que está sendo alvo de "ilações maliciosas" e que a Polícia Federal e a Justiça foram "induzidas ao erro". LEIA MAIS Quem é Dinho Dowsley, presidente da Câmara de João Pessoa alvo de operação da PF Dinho Dowsley é afastado do mandato e vai usar tornozeleira eletrônica O vereador, disse que está sendo alvo de suposições injustas e que "não encontra amparo no meu histórico de dedicação ao povo". “Tenho vinte anos de vida pública sem responder a nenhum processo e sempre fui eleito em decorrência do meu trabalho. As ilações, não tenho dúvidas, induziram a Polícia Federal e a Justiça ao erro. Já estamos recorrendo e não tenho dúvidas de que conseguiremos reverter esta decisão. Confio plenamente na Justiça e tenho absoluta certeza de que ficará evidenciado a nossa inocência, já que não há envolvimento do nosso mandato nos fatos investigados", afirmou o vereador. Dinho afirma que PF e Justiça foram 'induzidas ao erro' O presidente da câmara deverá cumprir sete medidas cautelares. Entre elas, estão a obrigatoriedade de usar tornozeleira eletrônica e a suspensão do exercício da função pública. O vereador afirmou no vídeo que vai recorrer da decisão. Medidas cautelares contra Dinho Obrigação de usar tornozeleira eletrônica Proibição de frequentar o bairro São José e Alto do Mateus Proibição de frequentar órgãos públicos ligados ao município de João Pessoa, em especial a prefeitura municipal de João Pessoa Proibição de manter contato com os demais investigados Proibição de ausentar-se da comarca de João Pessoa por mais de 8 dias sem comunicar ao Juízo Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga das 20h às 6h Suspensão do exercício da função pública Prédio onde Dinho Dowsley foi alvo de mandado de busca e apreensão em Intermares Karine Tenório/TV Cabo Branco O que dizem os outros alvos da operação? Procurada pelo g1, a defesa de Pollyana disse que recebeu "com surpresa e indignação" a notícia de mais uma busca e apreensão, e destacou que ela nega toda e qualquer acusação de que ela sejam integrante de organização criminosa que tenha contribuído para "a burla do processo eleitoral". A defesa de Josevaldo Gomes informou que reitera a sua inocência e reafirma a confiança na justiça. Deixou registrada que será cumprida todas as medidas cautelares e que vai discutir os excessos da operação no momento oportuno. Também foi alvo Taciana Batista, que seria usada por Pollyana para exercer influência na comunidade. Ela é ligada ao centro comunitário Ateliê da Vida., e assim como Pollyana foi presa na Território Livre, mas agora está sendo monitorada por tornezeleira. A defesa de Taciana Batista disse que ainda aguarda acesso aos autos, mas que "acredita na inocência da constituinte" e que isso será provado no trâmite do processo. Câmara notificada Em nota, divulgada na tarde desta sexta-feira (18), a Mesa Diretora da Câmara de João Pessoa disse que foi notificada da decisão judicial que determinou o afastamento do presidente, e resolveu, "de forma colegiada, cumprir com a determinação". A Câmara ainda se colocou "à disposição da Justiça para o fornecimento de informações que venham a ser solicitadas". Polícia Federal realiza operações em João Pessoa e Cabedelo contra facções criminosas Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

FONTE: https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2024/10/19/presidente-da-camara-de-joao-pessoa-dinho-acordo-liderancas-de-faccao-criminosa-diz-pf.ghtml


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